Òfún: O Caminho da Sabedoria e da Calma
Posição no Jogo
Nome Yorùbá
Orixá Principal
Introdução
Òfún, a queda de dez búzios, é um Odù de grande respeito, que carrega a sabedoria e a calma dos mais velhos. Ele é regido por Oxalufan, o Oxalá ancião, curvado pelo peso do conhecimento. Òfún fala de paz, de bênçãos, mas também de uma lentidão que exige paciência. É o caminho do silêncio que ensina mais do que a palavra.
Simbologia do Odù
Dez é um número de completude. Òfún simboliza o crânio branco (representando a sabedoria ancestral), o algodão, a canjica. É a cor branca em sua totalidade. Representa o tempo, a paciência e a paz que só vem com a maturidade e a aceitação.
Interpretação Geral (Segundo Bascom)
Bascom descreve Òfún como um odu majoritariamente positivo, mas complexo. Ele promete vitória e longevidade, mas alerta que tudo virá em seu devido tempo, de forma lenta. Tentar apressar os processos sob a regência de Òfún pode levar ao fracasso. Ele também é um forte indicador de problemas de saúde, especialmente em pessoas mais velhas, e impõe tabus (ewó) rigorosos, como evitar bebidas alcoólicas, roupas escuras e discussões.
Aspectos Positivos (Ire)
- Sabedoria, calma e clareza mental.
- Longevidade e uma vida longa.
- Paz e tranquilidade espiritual.
- Bênçãos e prosperidade que chegam de forma lenta, mas segura.
Aspectos Negativos (Ibi)
- Lentidão excessiva, estagnação e marasmo.
- Problemas de saúde, especialmente ligados aos ossos e à pressão.
- Necessidade de respeitar tabus rigorosos para evitar a ira do Odù.
- Isolamento e dificuldade de comunicação.
Prescrições Rituais (Ebó)
Os rituais para Òfún são de purificação e apaziguamento. As oferendas são sempre brancas e sem sal, como canjica (ebô), inhame cozido, e frutas brancas. Água de caracol (igbin) é um elemento essencial. O consulente é aconselhado a usar roupas brancas e a manter a casa limpa e em silêncio por um período.
Reflexão Espiritual
Òfún nos ensina a virtude da paciência e o valor do silêncio. Ele nos mostra que nem tudo na vida precisa ser resolvido com pressa e que há uma grande força na calma e na observação. É um convite a respeitar os mais velhos, a honrar o tempo e a encontrar a paz interior que transcende o caos do mundo exterior. A maior sabedoria, ensina Òfún, é saber esperar.