Ṣàngó: O Rei da Justiça, do Trovão e do Fogo
Domínio Principal
Símbolos Sagrados
Cores e Dia
Saudação
1. Introdução: O Princípio da Justiça e da Autoridade
Ṣàngó é o Orixá da justiça, do poder e da autoridade. Ele foi o quarto Aláàfin (Rei) de Oyó e, após sua morte, foi divinizado por seu poder e seu senso de justiça implacável. Ele não julga pelas aparências, mas pela verdade. Sua lei é dura, mas reta. Ṣàngó representa o fogo que consome a mentira e o trovão cuja voz põe ordem no mundo.
2. Mitos Fundamentais (Itan)
Um de seus principais mitos conta como Ṣàngó, em uma demonstração de poder, aprendeu a cuspir fogo e a controlar os raios, mas por um descuido, acabou destruindo seu próprio palácio e causando a morte de sua família, o que o levou ao suicídio por enforcamento e sua posterior divinização. Este Itan mostra sua força, mas também o perigo do poder descontrolado e as consequências de seus atos.
3. Domínios e Símbolos
Seu domínio são as pedreiras, os lugares altos, os palácios de justiça e os locais atingidos por raios. Seu símbolo mais importante é o Oxé, um machado de duas lâminas que representa a justiça que corta para os dois lados, e o Edun Ará, a pedra de raio, que é a materialização de seu poder. Suas cores são o vermelho (fogo, poder) e o branco (justiça, pureza de intenção).
4. Arquétipo e Personalidade
Os filhos de Xangô são pessoas com um forte senso de justiça, autoritárias, carismáticas e que não toleram mentiras ou enganos. São líderes natos, vaidosos, e gostam de ser o centro das atenções. Possuem um temperamento forte e podem ser muito teimosos. São passionais e protetores com aqueles que amam, mas terríveis com seus inimigos.
5. Sincretismo e Qualidades (Caminhos)
No Brasil, foi sincretizado com São Jerônimo (pela sua imagem de estudioso da lei e eremita na pedreira), com São João Batista (pela ligação com o fogo) e com São Pedro (pelas chaves do céu, poder). Suas qualidades mostram diferentes fases de seu reinado: Ṣàngó Agodô (mais velho, ligado à lei escrita), Ṣàngó Aganjú (jovem, impetuoso, ligado ao fogo dos vulcões), Ṣàngó Airá (uma qualidade mais antiga, que veste branco e tem uma relação mais próxima com Oxalá).