Yẹwá: A Senhora da Neblina, da Beleza e dos Limites
Domínio Principal
Símbolos Sagrados
Cores e Dia
Saudação
1. Introdução: O Princípio do Intocado e do Horizonte
Yẹwá é a Orixá da beleza intocada, da pureza, da castidade e dos lugares onde a visão é turva. Ela é a senhora da neblina, do nevoeiro e do horizonte, o lugar onde o céu e a terra (ou o céu e o mar) parecem se tocar, mas nunca se tocam de fato. Ewá rege o que é virgem, o que é belo mas inacessível, e por sua ligação com a transformação da luz, ela também tem domínio sobre o portal dos cemitérios.
2. Mitos Fundamentais (Itan)
O mito principal de Ewá conta que ela era uma virgem de beleza estonteante, filha de Obatalá. Para protegê-la do assédio de outros Orixás, especialmente de Xangô, seu pai a escondeu no horizonte, onde ela se tornou a guardiã do limite do mundo. Em outro Itan, ela se apaixona por Oxumarê e, por isso, vive na fronteira entre o céu e a terra, sempre próxima de seu amado arco-íris.
3. Domínios e Símbolos
Seu domínio são os lugares limítrofes, o horizonte, a neblina que cobre os rios ao amanhecer e os cemitérios (especificamente o campo santo, a parte visível). Seus símbolos são a âncora (que a fixa entre os mundos), a lira (pela sua beleza e arte) e um Ofá (arco e flecha) de cobre, que usa para se defender.
4. Arquétipo e Personalidade
As filhas de Ewá são pessoas reservadas, tímidas, sonhadoras e extremamente sensíveis. Possuem uma beleza delicada e um ar de mistério. São muito seletivas em seus relacionamentos e valorizam a fidelidade e a pureza. São intuitivas e podem ter dons de vidência. Não gostam de ambientes barulhentos ou de pessoas rudes, preferindo a calma e o recolhimento.
5. Sincretismo e Qualidades (Caminhos)
No Brasil, foi sincretizada com Santa Luzia (protetora dos olhos, da visão) e com Nossa Senhora das Neves. Ewá, assim como Logun Edé, é cultuada como uma divindade única, sem “qualidades”. Sua natureza já é complexa e específica, representando um aspecto muito particular da cosmologia Yorùbá.