Òsányìn: O Senhor das Folhas, da Cura e dos Segredos da Floresta
Domínio Principal
Símbolos Sagrados
Cores e Dia
Saudação
1. Introdução: O Princípio do Conhecimento Oculto
Òsányìn (ou Ossaim) é o Orixá que detém o conhecimento sobre todas as folhas, plantas, raízes e ervas, e o Axé (poder) contido em cada uma delas. Ele é o grande feiticeiro, o médico que cura sem faca, apenas com o poder da natureza. Sem Ossaim, nenhum ritual no Candomblé é possível, pois todas as cerimônias, desde a iniciação até as oferendas, precisam do poder das folhas para sacralizar e energizar. Ele é o detentor dos segredos mais profundos da floresta.
2. Mitos Fundamentais (Itan)
O mito principal conta que Ossaim guardava o segredo das folhas apenas para si. Os outros Orixás dependiam dele para tudo. Iansã, a rainha dos ventos, a mando de Xangô, soprou uma tempestade poderosa sobre a floresta de Ossaim. O vento espalhou as folhas por todo o mundo, e cada Orixá pegou as folhas que correspondiam à sua natureza. No entanto, Ossaim permaneceu como o único que conhece o segredo e a palavra mágica (ofó) que desperta o poder de cada uma delas.
3. Domínios e Símbolos
Seu domínio é a floresta virgem, o interior da mata, onde nenhuma folha pode ser colhida sem sua permissão. Seu símbolo é uma haste de ferro com um pássaro no topo e seis outras hastes ao redor, representando seu poder de vidência e sua conexão com o mundo espiritual. É representado como uma figura de uma perna só, um braço só e um olho só, pois perdeu os outros em batalha ou em sua dedicação a coletar as folhas.
4. Arquétipo e Personalidade
Os filhos de Ossaim são pessoas reservadas, introvertidas e com uma profunda conexão com a natureza. Não gostam de multidões e preferem a solidão da mata. São extremamente intuitivos e possuem um conhecimento inato sobre ervas e cura. São observadores, pacientes e não revelam seus segredos facilmente. Podem ser um tanto excêntricos e desapegados das convenções sociais.
5. Sincretismo e Qualidades (Caminhos)
Não há um sincretismo claro para Ossaim no catolicismo, devido à sua natureza única e ligada exclusivamente à tradição africana. Ele não é cultuado em “qualidades”, sendo uma divindade una. Seu poder é indivisível, e o conhecimento que ele detém é um todo completo, o segredo da vida contido no reino vegetal.