Legba: O Guardião das Encruzilhadas e Mensageiro do Panteão Fon
Domínio Principal
Símbolos Sagrados
Cores e Dia
Saudação
1. Introdução: O Princípio da Comunicação e da Travessia
Legba é o Vodun dos portais, das encruzilhadas e da comunicação no panteão Fon (Jeje). Ele é o intermediário indispensável entre os humanos e os outros Voduns. Nenhuma cerimônia pode começar sem que Legba seja primeiro reverenciado, pois é ele quem abre as portas do mundo espiritual. Assim como Exu e Pambu Njila, Legba não é uma força do ‘mal’, but o princípio dinâmico que rege a ordem, a desordem e a possibilidade de comunicação. Ele é o senhor da sexualidade e da fertilidade, o guardião do poder vital (axé).
2. Mitos Fundamentais
Um dos mitos centrais conta que Mawu (o ser supremo) distribuiu seus poderes entre seus filhos, os Voduns, mas deu a Legba a chave de todos os portais e o conhecimento de todas as línguas, incluindo a dos humanos e a dos deuses. Isso o tornou o mensageiro essencial, mas também o mestre dos truques e da confusão, pois ele pode escolher como traduzir uma mensagem, testando assim a sabedoria e a integridade de deuses e homens.
3. Domínios e Símbolos
Seu domínio são as encruzilhadas, as portas, os mercados e o próprio ato de comunicar. Seu símbolo principal é o Legba-kpan, um bastão com um grande falo, representando seu poder de fertilidade e criação, e o montículo de terra (Legba-go) que é assentado na entrada das casas e terreiros para proteção. Suas cores variam, mas frequentemente incluem o vermelho, o preto e o branco.
4. Arquétipo e Personalidade
Os filhos de Legba são pessoas comunicativas, carismáticas, inteligentes e com uma energia contagiante. São curiosos, gostam de viajar e de estar em vários lugares ao mesmo tempo. Podem ser vistos como inconstantes, provocadores e desregrados, mas possuem um profundo senso de lealdade e uma capacidade única de resolver problemas aparentemente impossíveis através da astúcia e da diplomacia.
5. Relações e Diálogos
Legba dialoga diretamente com Èṣù (Yorùbá) e Pambu Njila (Bantu). Embora compartilhem o mesmo domínio, são divindades distintas com origens e rituais próprios. O culto a Legba no Candomblé Jeje preserva elementos da tradição Fon do antigo Daomé (atual Benim), com cantigas e rezas em língua Ewe-Fon.